275 GTB/C (1965)
O 275 GTB exibe formas musculadas e agressivas. Com capot
longo e habitáculo recuado. A primazia dada ao motor e à potência são bem
claras. Neste ponto, mais do que herdeiro do 250 GTL, o 275 GTB declarava a
filiação do 250 GT de chassis longo, mais conhecido por Tour de France (ou
TDF), pelas vitórias naquela mítica prova. Havia também um pouco de 250 GTO
(1964), sobretudo nas agressivas entradas de ar laterias e na traseira cortada,
com um pequeno aileron incorporado.
Era um Ferrari clássico, sem quebra com o passado, o que
parece adequado, tendo em conta que foi o último modelo da marca antes do
controlo passar para a FIAT.
Em termos mecânicos, se o 275 GTB não revolucionou, pelo
menos apresentou uma série de inovações há muito desejadas, como a caixa de cinco
velocidades (uma estreia nos Ferrai de estrada), a suspensão independente nas
quatro rodas e a disposição da caixa de velocidades junto ao diferencial
traseiro, transversal, que permitiu uma repartição de peso de 49% para o eixo
anterior e 51% para o posterior.
O motor V12, derivado do conceito inicial de Gioacchino
Colombo, possui bloco em liga leva (Silominium), cambota de sete apoios. Dois
blocos de cilindros, cada um com a sua árvore de cames e dispostos em V a 60
graus. No 275 GTB, o motor debitava 260 cavalos às 7.600 rpm, mas podia chegar
aos 300, com a adoção de seis carburadores, como é o caso deste exemplar.
O 275 GTB/C diferia da versão de estrada por contar com
carroçaria em alumínio – sendo quase 100 kg mais leve. O Ferrari 275 GTB/C que
se apresenta chegou a Portugal em junho de 1965. Nos dois anos seguintes, o 275
GTB/C realizou diversas provas de velocidade e montanha em Portugal e Angola,
vencendo Vila do Conde e Montes Claros, obtendo boas classificações também no
circuito de Cascais (2.º e 4.º) e no Circuito citadino de Luanda.
Fonte: Texto explicativo do modelo na exposição
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