Leituras de verão ... (parte I)

O verão, tempo de férias e dolce fare niente, é tempo de por leituras em dias ... aquelas as leituras que por um motivo ou por outro não puderam ser feitas anteriormente. Por estes dias, em que o tempo corre mais devagar, foi tempo de por as leituras em dia ...

EM PORTUGUÊS NOS (DE)ENTENDEMOS

Capa da obra

AS MELHORES EXPRESSÕES REGIONAIS DA LÍNGUA PORTUGUESA

João Carlos Brito

Mais uma obra deste autor, que entre outras coisas é Professor Bibliotecário e um profundo conhecedor dos Falares em Português.

A obra está organizada por regiões, basicamente as antigas províncias, e dentro de cada região, por ordem alfabética das palavras ou expressões usadas.

Por exemplo:

Nas Beiras, a aprece a palavra CAGARÉU, que é o habitante da freguesia da Vera Cruz, em Aveiro, que é a freguesia da Beira Ria ou Beira Mar, por oposição ao Ceboleiro, o aveirense da freguesias da Glória, que era a mais rural e, portanto, onde se produziam as cebolas.

A propósito da alcunha "CAGARÉU" ele diz: "... Os cagaréus são os aveirenses da zona mais ligada ao mar, em particular da freguesia da Vera Cruz, ou seja, historicamente, as gentes que mais se dedicam às artes da pesca na ria ou no mar (marnotos, pescadores, molicieiros). Grande parte da vida destas pessoas era passada dentro da embarcação (bateira, mercantel ou molicieiro) e o apelido "cagaréu" terá nascido do facto de terem de fazer as necessidades fisiológicas dentro do barco. Onde o fariam? No cagarête, que era o local mais à ré da embarcação e a seguir à entremesa. Era lá que, falando "bom" português, iam cagar. Ou seja, iam cagar à ré, o que teria originado o epíteto "cagaréu" um vocábulo bem engraçado e que, em tempos, até deu origem à demissão de um ministro devido a uma anedota"

Este é um dos livros que aguarda a passagem a "Livro com Alma" ... 


Da Igreja de S. Paio de Figueiredo à Igreja de Pinheiro da Bemposta

Oito séculos de história

Luís Melo Ferreira

Um dos meus "Livros com Alma", como foi por mim anunciado numa publicação datada do passado dia 12 de maio, é este. 

Na altura, por razões várias, praticamente só li o índice e o folheei ... Agora, que, como disse estou de féria e com mais tempo disponível para Leituras, li-o de uma assentada ... 

É um estudo muitíssimo interessante, feito por um investigador da História Local (e não só), conhecedor, quer pela formação académica (em arquitetura) quer pela sua atividade profissional (Professor, entre outras disciplinas de História da Arte) que foi à procura das raízes da atual Matriz de Pinheiro da Bemposta.

Uma obra que recomendo a todos ...

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